Síndromes Mielodisplásicas (SMD): Guia Rápido para Pacientes
As síndromes mielodisplásicas (SMD) são um grupo de cânceres do sangue que afetam a medula óssea e a produção de células sanguíneas. Também são chamadas de distúrbios de falência da medula óssea e apresentam curso variável.
Quando não tratadas, as SMD podem levar a anemia grave, infecções recorrentes, sangramentos descontrolados e, em muitos casos, evoluir para leucemia mieloide aguda (LMA), uma forma agressiva de câncer do sangue.
Como os sintomas podem surgir gradualmente e se assemelhar a outras condições, o diagnóstico de SMD costuma ser tardio. A detecção e o tratamento precoces são fundamentais para melhorar a qualidade de vida, prevenir complicações e aumentar as chances de retardar ou interromper a progressão da doença.

O que são as Síndromes Mielodisplásicas?
As SMD são distúrbios clonais das células-tronco hematopoéticas, o que significa que células-tronco anormais na medula óssea se multiplicam e não produzem células sanguíneas saudáveis. Isso leva a:
- Displasia: estrutura celular anormal
- Hiperplasia: crescimento excessivo da medula óssea
- Citopenia: baixos níveis de glóbulos vermelhos, brancos ou plaquetas
As SMD podem ser classificadas em dois tipos principais:
- SMD primária – sem causa identificável (a maioria dos casos)
- SMD secundária – desenvolve-se após quimioterapia, radioterapia ou exposição a substâncias tóxicas
Causas e Fatores de Risco
A causa exata da SMD primária é desconhecida. No entanto, alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a doença:
- Exposição prolongada a produtos químicos como benzeno, tolueno, xileno e herbicidas
- Cigarro
- Álcool em excesso
- Contato com metais pesados
- Histórico de anemia aplástica
- Quimioterapia ou radioterapia prévias (para SMD secundária)
A idade é o fator de risco mais forte, pois a maioria dos pacientes é diagnosticada aos 70 anos ou mais.
Sintomas das SMD
Muitos pacientes com SMD não apresentam sintomas inicialmente e são diagnosticados durante exames de sangue de rotina. Quando os sintomas surgem, geralmente estão relacionados às citopenias:
- Anemia (baixa contagem de glóbulos vermelhos): fadiga, fraqueza, palidez, falta de ar
- Neutropenia (baixa contagem de glóbulos brancos): infecções recorrentes, febre
- Trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas): hematomas fáceis, sangramentos frequentes pelo nariz, sangramentos prolongados
Diagnóstico de SMD
Como os sintomas podem se sobrepor a outras condições, o diagnóstico exige avaliação detalhada. Os médicos analisam:
- Histórico médico: uso de medicamentos, álcool/tabaco, tratamentos oncológicos prévios, exposições ocupacionais
- Exame físico e exames de sangue
- Biópsia da medula óssea
Critérios mínimos para diagnóstico de SMD:
- Citopenia persistente em pelo menos uma linhagem celular por mais de 6 meses
- Displasia em ≥10% das células em pelo menos uma linhagem
- Alterações citogenéticas típicas de SMD
- 5–19% de mieloblastos na medula óssea
O diagnóstico requer citopenia periférica mais pelo menos um dos outros critérios, excluindo outras causas de baixa contagem sanguínea.
Opções de Tratamento
O tratamento de SMD conforme gravidade e extensão da doença, oferecendo baixo risco ou alto risco.Idade, saúde geral e outras condições médicas também entram na conta. Os principais objetivos são melhorar os níveis sanguíneos, controlar sintomas, prevenir complicações e, em casos de maior risco, retardar a progressão ou alcançar a cura.
SMD de menor risco (foco em controle de sintomas e qualidade de vida):
- Substâncias estimuladoras da eritropoiese para melhorar a anemia
- Fatores estimuladores de colônias (como G-CSF ou GM-CSF) para apoiar a produção de glóbulos brancos
- Transfusões de sangue para anemia ou baixa contagem de plaquetas
- Substâncias imunomoduladoras para pacientes com alterações cromossômicas específicas (ex.: deleção 5q)
SMD de maior risco (foco em sobrevida e progressão da doença):
- Transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas (de doador compatível relacionado ou não) – única potencial cura
- Substâncias hipometilantes (como azacitidina ou decitabina) para retardar a progressão e melhorar os níveis sanguíneos
- Cuidados de suporte e monitoramento para pacientes sem sintomas significativos
Principais pontos
- As síndromes mielodisplásicas (SMD) são cânceres raros do sangue que prejudicam a produção de células sanguíneas saudáveis.
- Afetam principalmente adultos mais velhos e podem evoluir para leucemia mieloide aguda (LMA).
- O diagnóstico exige avaliação da medula óssea e exclusão de outras condições.
- As estratégias de tratamento variam conforme o risco: melhora dos níveis sanguíneos e sintomas em pacientes de menor risco e prolongamento da sobrevida em pacientes de maior risco.
- O transplante de células-tronco continua sendo o único tratamento potencialmente curativo.
Fontes: